segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Última segunda-feira de 2007

Último dia do ano!

Desejo muita paz,carinho, saúde, que em 2008 você consiga alcançar todas as suas metas,que este ano que se finda leve também ás mágoas,infelicidades,angústias,remorsos, enfim, tudo o que nos deixa tristes,oprimidos, sentimentos que nos impedem de vislumbrar á nossa felicidade.
Que em 2008 ,possamos cumprir as nossas promessas,(principalmente as que fizemos a nós mesmos).
E principalmente meu irmão,não nos esqueçamos de perdoar, principalmente aqueles que nos infelicitaram ou feriram,pois ,só assim conseguiremos dar um passo adiante na senda evolutiva.
Que as bençãos do Alto recaiam sobre toda a humanidade terrena.


"Viva!Não tenha medo de ser feliz"

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

De Alma Desperta

"Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti." - Paulo. (II TIMÓTEO, 1:6.)

É indispensável muito esforço de vontade para não nos perdermos indefinitamente na sombra dos impulsos primitivistas.
À frente dos milênios passados, em nosso campo evolutivo, somos suscetíveis de longa permanência nos resvaladouros do erro, cristalizando atitudes em desacordo com as Leis Eternas.
Para que não nos demoremos no fundo dos precipícios, temos ao nosso dispor a luz da Revelação Divina, dádiva do Alto, que, em hipótese alguma, devemos permitir se extinga em nós.
Em face da extensa e pesada bagagem de nossas necessidades de regeneração e aperfeiçoamento, as tentações para o desvio surgem com esmagadora percentagem sobre as sugestões de prosseguimento no caminho reto, dentro da ascensão espiritual. Nas menores atividades da luta humana, o aprendiz é influenciado a permanecer às escuras.
Nas palestras comuns, cercam-no insinuações caluniosas e descabidas.
Nos pensamentos habituais, recebe mil e um convites desordenados das zonas inferiores.
Nas aplicações da justiça, é compelido a difíceis recapitulações, em virtude do demasiado individualismo do pretérito que procura perpetuar-se.
Nas ações de trabalho, em obediência às determinações da vida, é, muita vez, levado a buscar descanso indevido. Até mesmo na alimentação do corpo é conduzido a perigosas convocações ao desequilíbrio
Por essa razão, Paulo aconselhava ao companheiro não olvidasse a necessidade de acordar o "dom de Deus", no altar do coração.
Que o homem sofrerá tentações, que cairá muitas vezes, que se afligirá com decepções e desânimos, na estrada iluminativa, não padece dúvida para nenhum de nós, irmãos mais velhos em experiência maior; entretanto, é imprescindível marcharmos de alma desperta, na posição de reerguimento e reedificação, sempre que necessário.
Que as sombras do passado nos fustiguem, mas jamais nos esqueçamos de reacender a própria que luz.

EMMANUEL (VINHA DE LUZ)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O Alimento Espiritual


O professor lutava na escola com um grande problema.
Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação.
Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento. Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência. Esqueciam-se dos bons livros. Zombavam dos bons conselhos.
O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita. Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta.
Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes: Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma.
O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual.
Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento. Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.
Os alunos retiraram-se cabisbaixos. E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.


Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso.
Ditado pelo Espírito Meimei.

Ante os pequeninos

A criança é uma edificação espiritual dos responsáveis por ela.

Não existe criança - nem uma só - que não solicite amor e auxilio, educação e entendimento.

Cada pequenino, conquanto seja, via de regra, um espírito adulto, traz o celebro extremamente sensível pelo fato de estar reiniciando o trabalho da reencarnação, tornando-se, por isso mesmo, um observador rigorista de tudo o que você fala e faz.

A mente infantil dar-nos-á de volta, no futuro, tudo aquilo que lhe dermos agora.

Toda criança é um mundo espiritual em construção ou reconstrução, solicitando material digno a fim de consolidar-se.

Ajude os meninos de hoje a pensar com acerto dialogando com eles, dentro das normas do respeito e sinceridade que você espera dos outros em relação a você.

A criança é um capitulo especial no livro do seu dia-a-dia.

Não tente transfigurar seus filhinhos em bibelôs, apaixonadamente guardados, porque são eles espíritos eternos, como acontece a nos, e chegara o dia em que despedaçarão perante você mesmo quaisquer amarras de ilusão.

Se você encontra algum pirralho de maneiras desabridas ou de formação inconveniente, não estabeleça censura, reconhecendo que o serviço de reeducação dele, na essência pertence aos pais ou aos responsáveis e não a você.

Se veio a sofrer algum prejuízo em casa, por depredações de pequeninos travessos, esqueça isso, refletindo no amor e na consideração que você deve aos adultos que respondem por eles.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Sinal Verde.
Ditado pelo Espírito André Luiz.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um bom projeto de Vida

Allan Kardec - Codificador da Doutrina Espírita

Afinal,Ano - Novo significa realmente vida nova ou é apenas mais um período de tempo que começa,no qual a única situação que não muda são as atitudes pessoais?
Não nos interessará,neste estudo,fazer comentários sobre os defeitos que alimentamos anos a fio,e que entrarão conosco,intactos e fortalecidos,no novo ano que ora chega.
A proposta de agora é elaborar um projeto de vida perfeitamente aplicável a cada um,a ser contruído durante todo o ano e não de uma vez só,como preferem os afoitos.(lembremo-nos que a natureza,não dá saltos...)

Janeiro:
Podemos projetar a coragem de assumir desafios.Desafios para mudar,para encarar os problemas e buscar tentativas de soluciona-los definitivamente.(...) que a nossa primeira grande tarefa seja a do autodescobrimento,que abrirá as expectativas de um novo ser,de coração voltado para o infinito das potencialidades imortais.

Fevereiro:
Assumamos compromissos,(...)o lar nos espera,a Casa Espírita aguarda nossa colaboração,o planeta conta com as boas vibrações do ser renovado que pretendemos ser.

Março:
A paciência como lembrete de não esquecermos das terefas dos meses anteriores.(...)

Abril:
Poderá nos pedir uma preparação para enfrentar o inesperado;para tanto,é necessário o amparo da prece,o hábito da meditação,a benção da serenidade e o conhecimento das próprias forças.(...)

Maio:
Pode ser o exercício da fé e da esperança.É necessário saibamos esperar com equilíbrio e com ponderação,a fim de suportar as pressões das forças contrárias ao bem,que começam dentro de nós.

Junho:
Se algumas derrotas anteriores tiverem acontecido,valerá a pena pensar positvamente:
"Eu sou capaz,não vou desistir.
Minha vitória é a meta final."

Julho:
Será o mês da sensibilidade.
Por ela,poderemos apurar o sentimento e ouvir canções nunca antes ouvidas,cantadas pelo silêncio da natureza;são as melodias da alegria e da tristeza,dos corações que sorriem por fora mas choram por dentro;dos que falam muito,mas que dizem mais pelo que não verbalizam.

Agosto:
Abrir-nos-emos para o novo,mas não o novo pelo novo,e sim pelas perspectivas que podem ser inauguradas ao se abandonar o velho.

Setembro:
Acionaremos a vontade,esse leme vigoroso a dirigir nossa empresa mental.
A vontade nos auxiliará nos passos decisivos da transformação pessoal.

Outubro:
Promoveremos a nossa cura pessoal,seremos nossos próprios médicos ,promovendo a nossa cura pessoal,através de decisões justas, nunca nos esqueçamos que: entre nós(humanidade) e Deus a ponte é o nosso próximo.

Novembro:
Abriremos o canal do Espírito,tanto no gesto de dar quanto no de receber.
A capacidade de receber vai crescendo á medida que nos abrimos para a coragem de oferecer o que temos de melhor.

Dezembro:
Mês de auto-avaliação.
O que foi conquistado,o que ficou faltando...Emmanuel nos diz que"recolhendo-nos,veremos o limite de tudo que nos cerca; expandindo-nos,conheceremos o infinito que nos envolve".

Feliz Ano Novo,bom projeto de vida ...maõs a obra

Saudando Allan Kardec




"Quando vier, porém, o Espírito da Verdade,
ele vos guiará em toda a Verdade...
Jesus João: 16-13."


Não ignorava Jesus que a Sua Mensagem padeceria o assalto das trevas.
Sabia que ao contato da poeira terrestre, converter-se-ia a fonte da sublime revelação em viciada corrente.
Não desconhecia que os homens se Lhe apropriariam do verbo santificante para situá-lo a serviço de paixões subalternas.
Anteviu as multidões enganadas e sofredoras, para as quais não mais se multiplicaria o pão do amor puro, confundidas pela penúria e pela discórdia.
Ele que rogara: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei", pressentia as guerras de ódio que se desencadeariam na Terra, em nome do Evangelho Renovador. E Ele que ensinara:

"Perdoai setenta vezes sete", adivinhava que os homens acenderiam fogueiras de perseguição, trucidando-se reciprocamente, acreditando exaltar-Lhe a memória.
Quase ao despedir-se dos companheiros simples e fervorosos que o seguiriam mais tarde até à dilaceração e ao sacrifício, percebeu que os cérebros vigorosos da sombra viriam nos passos do tempo senhorear-Lhe o rebanho de corações singelos, estabelecendo entre eles dolorosa escravidão espiritual.
Previu que o nevoeiro da perturbação humana Lhe abafaria transitoriamente a Sementeira Divina e que, um dia, em Seu Nome, o forte oprimiria o fraco e o fraco revoltar-se-ia contra o forte, que muitos dos melhores trabalhadores do mundo coroar-se-iam de vaidade, à frente dos infelizes, e que os infelizes, sem exemplo para a regeneração necessária, desmandar-se-iam na loucura e na delinqüência.

Foi por isso que, em marcha inquietante para o supremo testemunho de lealdade a Deus, apiedou-se de quantos Lhe estenderiam a Obra de Redenção e prometeu-lhes a vinda do Consolador " O Espírito da Verdade " que Lhe restabeleceria a esperança e aclararia a palavra.

Dezenove séculos caíram na cinza das horas e, fiel ao compromisso assumido, enviou Jesus à Terra o Explicador Anunciado na Doutrina Espírita, cuja bandeira libertadora vem partindo as algemas da incompreensão e do fanatismo no campo da Humanidade.

Eis porque, diante do primeiro centenário de "O Livros dos Espíritos", a chave sublime do Cristianismo Restaurado, reverenciamos Allan Kardec, o Apóstolo da Verdade e Mensageiro da Luz.


Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Doutrina de Luz.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.


Prece de Cáritas

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!

Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.

Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina Imagem.

Assim Seja.

A prece, denominada "Cáritas", tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas.
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época Mme. W. Krell em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia,da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe.
Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na véspera do Natal, (24 de dezembro),do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações:

"Como servir a religião espiritual"

"A esmola espiritual".

Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até nós, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle.

(Extraído publ. EDICEL)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Tempo da Regra Áurea


"Assim, tudo o que vos quereis
que os homens vos façam, fazei-o
também vos a eles; esta é a lei
e os profetas."
(S.Matheus cap.7 v.12)

Faremos hoje o bem a que aspiramos receber.

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Alimentaremos para com os semelhantes os sentimentos que esperamos alimentem eles para conosco.

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Pensaremos acerca do próximo somente aquilo que estimamos pense o próximo quanto a nós.

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Falaremos as palavras que gostaríamos de ouvir.

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Retificaremos em nós tudo o que nos desagrade nos outros.

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Respeitaremos a tarefa do companheiro como aguardamos respeito para a responsabilidade que nos pesa nos ombros.

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Consideraremos o tempo, o trabalho, a opinião e a família do vizinho tão preciosos quanto os nossos.

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Auxiliaremos sem perguntar, lembrando como ficamos felizes ao sermos auxiliados sem que dirijam perguntas.

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Ampararemos as vítimas do mal com a bondade que contamos receber em nossas quedas, sem estimular o mal e sem esquecer a fidelidade a prática do bem.

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Trabalharemos e serviremos de moldes que reclamamos do esforço alheio.

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Desculparemos incondicionalmente as ofensas que nos sejam endereçadas no mesmo padrão de confiança dentro do qual aguardamos as desculpas daqueles a quem porventura tenhamos ofendido.

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Conservaremos o nosso dever em linha reta e nobre, tanto quanto desejamos retidão e limpeza nas obrigações daqueles que nos cercam.

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Usaremos paciência e sinceridade para com os nossos irmãos, na medida com que esperamos de todos eles paciência e sinceridade, junto de nós.

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Faremos, enfim, aos outros o que desejamos que os outros nos façam.

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Para que o amor não enlouqueça em paixão e para que a justiça não se desmande em despotismo, agiremos persuadidos de que o tempo da regra áurea, em todas as situações, agora ou no futuro, será sempre hoje.

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Da obra: Opinião Espírita.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Aceita a Correção

Emmanuel / Médium Francisco Cândido Xavier

"E, na verdade, toda a correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois,
produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela."
- Paulo. (Hebreus, 12,11.)


A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de sua leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.

A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de novas robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.

A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.

Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.

A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.

A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência, no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.

O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.

Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.

Raros, contudo, lhe aceitam a benção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito.

Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.

Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.

A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são os recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

Livro Fonte Viva.

Pelo Espírito Emmanuel.

Psicografia Francisco C. Xavier

Comemoração Espírita de Natal

As antigas e primitivas civilizações viviam quase que exclusivamente da caça e da pesca para a sobrevivência. O instinto sobrepujava a razão e a vida em coletividade propiciava certamente grandes reuniões em torno da comida caçada, seja para festejar a vitória do homem sobre o animal, para saciar a fome ou pelo prazer de estarem juntos.

O progresso da humanidade pela utilização da inteligência proveu ao homem sua casa, sua roupa, suas armas, até a invenção das letras e o registro escrito das idéias, mas o senso de coletividade, da vida em sociedade descrito no Livro dos Espíritos sempre existiram e todas as grandes ou pequenas reuniões sempre foram acompanhadas de farta alimentação, não raro para "informar" a condição social do grupo.

Daí, para entendermos a razão de comemorarmos o Natal com banquetes deslumbrantes, bebidas alcoólicas e demais desatinos não é necessário muito exercício de raciocínio.
O que nos interessa, portanto, após a compreensão desse fato, é desvinculação dele do verdadeiro sentido da data natalina. Já que não podemos fugir da convenção da existência do 25 de dezembro como sendo a comemoração do nascimento de Jesus; não podemos nos esconder no porão da casa para fugir ao consumismo comercial provocado pela euforia da troca de presentes, nós espíritas devemos nos envolver mais profundamente com seu significado maior, lembrando aos amigos e freqüentadores das Casas Espíritas que Jesus, em nenhuma hipótese espera que comemoremos seu aniversário empanturrados de comida ou bêbados, pois ele veio nos ensinar a viver em paz, a amar os semelhantes e a compreender Deus como Pai bondoso e sempre disposto a nos oferecer oportunidades de aprendizado através da reencarnação como forma de crescer espiritualmente e atingir as altas paragens espirituais, até sermos perfeitos.

Lembrar aos espíritas, que a data é propícia para as famílias que realizam reuniões de estudos do Evangelho no Lar, oferecerem neste dia aos demais familiares a oportunidade de comemorar o Natal sem os exageros conhecidos.
Participar da vida social normalmente, participando até das conhecidas brincadeiras de amigo secreto, almoço confraternativo na empresa também faz parte do nosso dia-a-dia terreno, porém , tendo sempre em mente a condição espírita: o Natal é uma alusão ao nascimento do Cristo e em nenhuma hipótese os exageros devam fazer parte de nossa vida e o nosso exemplo junto aos não espíritas poderá ser uma útil fonte para reflexões, e falando em reflexões deixo uma página do médium Francisco C. Xavier pelo espírito de André luiz

***Regras de Saúde***

1) Guarde o coração em paz,á frente de todas as situações e de todas as coisas. Todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.

2) Apói-se no dever rigorosamente cumprido.Não há equilíbrio sem harmonia espiritual.

3) Cultive o hábito da oração. A prece é luz na defesa do corpo e da alma.

4) Ocupe o seu tempo disponível com o trabalho proveitoso, sem esquecer o descanso imprescindível ao justo refazimento. A sugestão das trevas chega até nós, pela hora vazia.

5) Estude sempre. A renovação das idéias favorece a sábia renovação das células orgânicas.

6) Evite a cólera. Enraivercer-se é animalizar-se, caindo nas sombras de baixo nível.

7) Fuja a maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve.

8) Sempre que possível, respire a longos haustos e não olvide o banho diário,ainda que ligeiro.
O ar puro é precioso alimento e a limpeza é simples obrigação.

9) Coma pouco. A criatura sensata como para viver, enquanto a criatura imprudente vive para comer.

10) Use a paciência e o perdão infatígavelmente. Todos nós temos sido caridosamente tolerados pela Bondade Divina milhões de vezes e conservar o coração no vinagre da intolerência é provocar a própria queda na morte inútil.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mensagem Espírita

Senhor, A Tua voz é o som perfeito que me embala o ser, e que me faz ouvir o murmúrio tranqüilizante dos astros.
O Teu olhar é como o brilho solar, que me aquece a alma fria, marcada pelo desalento e pela desesperança, nessa dura marcha para a elevação.
As Tuas mãos representam para mim o divino apoio, amparo que me impede de tombar, fragilizado como estou, nos rumos em que me vejo, ante a necessidade de subir.
As Tuas pegadas indicam-me as trilhas por onde devo me orientar nessa ausência de bússola moral com o entorpecimento da ética, quando desejo ir ao encontro de Deus. As Tuas instruções, Jesus Nazareno, mapeiam para mim o território da paz, ensejando-me clareza para que saiba onde me encontro e como estou, para que não me perca nessa ingente procura dos campos de amor e das fontes de paz.
Os Teus silêncios falam-me bem alto a respeito de tudo o que devo aprender e operar nos recônditos de minh´alma, aprendendo tanto a falar quanto a calar, sempre atuando na construção do mundo rico de fraternidade que almejamos. Agora, quando me ponho a meditar sobre tudo isso, meu Senhor, desejo exalçar o Teu nome, por toda a minha omissão dos milênios afora, embora a Tua paciente e dúlcida presença junto a mim. Já é Natal na Terra, Jesus! E porque é o Teu Natal, busco em Tua luz desfazer as minhas sombras; procuro em Tua assistência superar minhas variadas necessidades; quero no Teu exemplo de trabalho atender os meus deveres. Porque é o Teu Natal, anseio por achar na Tua força a coragem de superar os meus limites; desejo ver na Tua entrega total a Deus o reforço para minha fidelidade ao bem e, na Tua auto-doação à vida, anelo tornar-me um servidor; no culto do dever que Te trouxe ao mundo, quero honrar o meu trabalho.
No Teu Natal, que esparge claros jorros de amor sobre o planeta, quero abrigar-Te no imo do meu coração convertido numa lapa bem simples, para que possas nascer em mim, crescer em mim e atuar por mim. E, na magia do Natal, vibro para que minhas ações permitam que o Teu formoso Reino logo mais possa alojar-se aqui, no mundo, e que cheio de júbilo n´alma eu possa dizer que te amo, que te busco e que te quero seguir, apesar da simplicidade dos meus gestos e do pouco que tenho para dar-te, meu doce Amigo, meu Senhor.


Ivan de Albuquerque Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 24.9.2007, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Paulo de Tarso

Mª Aparecida Romano

Na alvorada do cristianismo, seu paladino maior, Paulo, o apóstolo por excelência, abriu um caminho por entre um mundo de obstáculos, influindo decisivamente na evolução da doutrina cristã.
Constituiu-se numa bandeira para todos aqueles que são conscientes que a “eleição” confiada pelo Plano Maior envolve responsabilidades, sacrifícios e perseverança.
Paulo nasceu na primeira década de nossa era, em Tarso, na Cilícia, distrito da Ásia Menor entre a Panfília e a Síria (hoje Turquia), descendente de uma abastada família judaica aferrada a um estreito formalismo religioso, pois eram judeus da Diáspora (viviam longe da pátria, espalhados pelo imenso Império Romano).
Cidadão de Roma por nascimento e filho de Israel por direito, recebeu o nome de Saulo, foi circuncisado no oitavo dia e aprendeu as primeiras letras aos seis anos de idade,destinado à carreira de rabino, freqüentou a escola anexa à sinagoga, onde aprendeu a síntese da Lei Mosaica. Segundo os dispositivos, todo rabino deveria conhecer um trabalho mecânico para prover seu sustento em caso de necessidade e, assim, ensaiou na oficina do pai os primeiros movimentos no manejo de um primitivo tear.
Esse humilde ofício viria a ser uma de suas glórias. Ausentando-se de Tarso em sua juventude, foi residir em Jerusalém com sua irmã Dalila, passando a freqüentar a Escola do Templo para aperfeiçoar seus conhecimentos,sob a orientação do sábio Gamaliel, que exercia considerável influência no tribunal judaico, o jovem tarsense, de temperamento impulsivo, convicto de ser filho de um grande povo, conheceria a fundo as escrituras sacras em duas línguas: no original hebraico (Tora) e na versão grega (Septuaginta).
O ambicioso Saulo, fiel às tradições de sua gente, preparava-se para uma brilhante carreira como Doutor da Lei, adotando a posição ideológica dos fariseus, pois já se definia uma posição no Sinédrio.

O início da perseguição

Aos 30 anos de idade, o novo rabino retornou a Tarso cheio de planos, entre eles os matrimoniais com a jovem Abigail. Entrementes, penetrava na Cilícia o eco de estranhos acontecimentos ocorridos na Palestina, relativos a “um carpinteiro galileu, obscuro e sem cultura” que se tornara conhecido operando “prodígios”, pregando uma nova seita e continuava venerado após a sua crucificação por instâncias do Sinédrio,foi sugerido a Saulo, embora estivesse ausente no período da vida pública de Jesus, que usasse seu prestígio na liderança de uma campanha contra a nova seita que se formara.
Durante esse período, na tentativa de unificar a doutrina, os discípulos do Mestre se reuniam na primitiva comunidade cristã que era chamada Casa do Caminho, por ficar na saída de Jerusalém, a caminho de Jope, e significar “a casa dos adeptos do caminho do Senhor”, tendo Simão Pedro como célula central.

Lá vivia Jeziel, um jovem israelita procedente de Corinto.
Batizado com o nome de Estevão, desenvolveu faculdades curadoras. Dotado de brilhante oratória, pregava a mensagem da Boa Nova na tosca Igreja do Caminho,na escolha feita pelos apóstolos dos sete primeiros diáconos (servidores), Estevão estava entre eles. Quando Saulo decidiu ouvi-lo pessoalmente, sentiu nas palavras do ardoroso pregador a terrível ameaça que a nova doutrina oferecia. Apresentou uma denúncia formal sob a alegação de que um obscuro Nazareno não ofuscaria as leis de Moisés.
Declarado pelo Sinédrio como inimigo das tradições hebraicas, Estevão foi preso e condenado à morte por lapidação, mantendo-se sereno e convicto de suas crenças até o derradeiro instante.A condenação de Estevão foi o primeiro grande triunfo público de Saulo, que assistiu o ato ao lado de sua noiva Abigail, que reconheceu no jovem mártir o irmão Jeziel desaparecido há tempos,sensível, não resistiu à forte emoção e adoeceu, vindo posteriormente a desencarnar.
Superado o abatimento, o rabino convocou uma reunião no Sinédrio e solicitou poderes totais para coibir a propagação da nova seita. Munido de documentos, partiu em caravana para a Síria.
Como Doutor da Lei, tinha plenos poderes de perseguir e efetuar prisões aos seguidores do Nazareno.

O encontro com Jesus

Durante o percurso, uma espessa nuvem de poeira cobria a estrada. Já se avistava a cidade de Damasco quando Saulo, envolvido por um brilho estranho, jaz em terra, mergulhando na mais completa escuridão em pleno meio-dia. Estava cego.
Seguiu-se outra luz que banhou seus olhos e nela surgiu um homem vestindo túnica com pontos luminosos e cabelos a nazareno, que lhe falou com voz amorosa: “Saulo, por que me persegues”?O Doutor da Lei não compreendia o que se passava. Como somente ele via aquela majestosa figura, perguntou: “Quem sois vós, Senhor”? Então o homem disse: “Eu sou Jesus, a quem persegues”,a aparição do Nazareno crucificado foi a grande revelação da vida de Saulo. Naquele momento, o orgulhoso perseguidor encerrou sua tarefa. Em seu lugar despontou um modesto servidor de Cristo, que ficaria conhecido através dos séculos como o “Convertido de Damasco”.
Em prantos, Saulo perguntou: “Senhor, que queres que eu faça”?
“Entre na cidade e saberás o que fazer”, foi a resposta.
Após o desaparecimento da “visão”, conduzido à cidade, foi para a hospedaria da Rua Direita, permanecendo em rigorosa disciplina espiritual. Recebeu a visita de Ananias e, à medida que o líder local do movimento pró-nazareno proferia uma prece para que fosse restituída a visão, escamas foram se desprendendo dos seus olhos,Paulo voltou a enxergar.Ananias lhe ministrou os primeiros ensinamentos da doutrina e, às margens do Rio Barada, recebeu o batismo.

Em seguida, deu início à tarefa missionária, prontificando-se a propagar a Boa Nova.
Considerado enfermo por alguns e traidor por outros, conheceu na sinagoga de Damasco as primeiras humilhações de uma série que o acompanhariam no decorrer de sua existência.Partiu em direção de Palmira, cidade situada num oásis em pleno deserto, onde buscou orientação com o velho mestre Gamaliel, que o aconselhou a consolidar seus novos propósitos enquanto trabalhasse no tear. Exilou-se por três anos no deserto de Dan, trabalhando como tecelão à sombra das tamareiras enquanto intensificava as pregações.No seu retorno a Damasco, foi informado que havia sido considerado desertor pelo Sinédrio e que estavam à sua procura. Às escondidas, atravessou a Galiléia, visitando os recantos por onde o Mestre andara, pregara e sofrera. Conheceu Madalena e seguiu para Jerusalém.
Lá, após o martírio de Estevão e as contínuas perseguições, os discípulos do Nazareno preferiam pregar em outros locais.Após ser recebido com desconfiança, Saulo conheceu Simão Pedro, Tiago e João através de Barnabé, um levita convertido que ouvira falar da coragem do tarsense. Aconselhado a sair da cidade, cenário de penosas experiências, retornou a Tarso, sendo recebido por seu pai, o radicalista Isaac, com dureza inesperada. Num impulso, ofereceu uma sacola de dinheiro para Saulo, que fez uso adquirindo um pequeno tear, decidido a ganhar a vida como tecelão.

Durante três anos, passou a viver de salário, causando piedade, mas pôde exemplificar a humildade de forma comovente.Até que um dia surgiu o fiel Barnabé a lhe convidar para uma excursão de cunho missionário pela Ásia. Seria a primeira de uma série de quatro grandes viagens que faria na tentativa de evangelizar o mundo greco-romano.
Inaugurou seu apostolado com as melhores disposições, mas o trabalho que o esperava era indigente e sobre-humano.

A primeira viagem de evangelização

Antióquia, sede do legado romano na Lídia, tornou-se o ponto de partida das iniciativas missionárias. Ficou um ano no primeiro núcleo cristão da humanidade, onde juntou-se a João Marcos (sobrinho de Barnabé) e teve o primeiro encontro com Lucas, um jovem médico.
Por sua sugestão, os discípulos de Jesus passaram a ser chamados de cristãos. Em Chipre, terra natal de Barnabé, após a conversão do governador Sérgio Paulo, fundaram o núcleo de Pafos. A partir de então, o nome “hebraico” Saulo daria lugar ao “latino” Paulo.
Fundou ainda os núcleos de Perje e Icônio, ocasião em que o apóstolo decidiu pregar a Boa Nova para os gentios.No núcleo fundado em Listra, Paulo é aclamado após a cura de um aleijado, enfurecendo os judeus. Apedrejado, sobrevive ao ser socorrido por Timóteo, jovem de 15 anos que se tornaria um dos discípulos mais fiéis.
Deixando a cidade às escondidas, convaleceu no período de um ano. Com a ajuda de Timóteo, funda o núcleo de Derbe e Salamina, voltando para Jerusalém satisfeito com os resultados. Por ele foram fundadas as primeiras sete comunidades cristãs e a porta da fé foi aberta para os gentios. Participou do 1º Concílio Apostólico, onde foram discutidos pontos controversos entre as leis de Moisés e o evangelho de Cristo.

A segunda viagem: chegada à Grécia

Acompanhado de Timóteo, iniciou a segunda viagem levando um estímulo e as prescrições de Jerusalém aos núcleos já organizados. Reencontrou Lucas e juntos percorreram Neápolis, Felipes, Tessalônica e Beréia. Passados vinte anos de sua conversão, realiza um sonho: chega a Atenas, a metrópole intelectual da época.
O primeiro encontro do cristianismo com a filosofia pagã da Grécia se deu em praça pública. O recém-chegado, pregando uma filosofia acerca de “novas divindades”, despertou a curiosidade dos intelectuais. Convidado para fazer uma conferência no Aerópago (Supremo Tribunal), provou o insucesso. Os orgulhosos filósofos gregos não quiseram saber nada sobre Cristo.No aparente fracasso de suas pregações em terras gregas, conseguiu algumas conversões e a fundação do núcleo de Corinto. Porém, a doutrina se expandia e ficava difícil manter contato pessoal. Atendendo a apelos, o apóstolo inaugurou um novo gênero literário: as epístolas, instruções religiosas por meio de cartas. A primeira epístola foi dirigida à cristandade de Tessalônica. Provavelmente, este tenha sido seu mais antigo manuscrito e também do Novo Testamento, que dispõe ao todo de 21 epístolas, sendo 14 de autoria de Paulo de Tarso.

A primeira prisão

Uma nova visita aos núcleos já organizados foi a finalidade da terceira viagem. Acolhido de forma comovente, viu seus esforços frutificados. As pequenas comunidades prosperavam e o evangelho era ouvido em todas as partes. Numa rápida passagem por Cesaréia, um vidente de nome Ágabo profetizou a prisão de Paulo, que se manteve disposto a morrer em nome de Cristo.No retorno a Jerusalém, descoberto pelos judeus que o haviam perseguido na Ásia, foi preso e levado para Cesaréia, que servia de base para as operações militares de Roma. Como não havia fundamentos legais nas acusações, permaneceu dois anos esquecido na fortaleza local.
Favorecido pela condição de cidadão romano, movia-se com liberdade, auxiliando Lucas a redigir a biografia de Jesus com base nos fatos relatados por Maria.
O evangelis-ta acrescentou os atos dos apóstolos, associando os nomes a obstáculos superados para servirem de estímulo aos seguidores.Recebeu a visita do sobrinho Estefânio, filho de Dalila, que o advertiu de uma possível conspiração dos seus inimigos para matá-lo. Decorridos dois anos, convencidos que o processo não era da competência da alçada civil, mas do tribunal religioso, decidiram pela volta do apóstolo à capital do império.A viagem para Roma foi cheia de surpresas.
A embarcação levava centenas de presos aguardando julgamento e Paulo não perdia a oportunidade de pregar a Boa Nova e lhes mostrar o caminho da regeneração. Atingida por uma tempestade sub-tropical, a frágil embarcação ficou à deriva por 14 dias, encalhando na Ilha de Malta, ao sul da Itália, ali permanecendo três meses.
Em Roma, decretada sua prisão domiciliar, Paulo permaneceu dois anos num aposento que alugara, sob vigília constante de um legionário romano. Recebia os discípulos, visitava as comunidades e intensificava as pregações. Não encontrando saída para o processo, de caráter religioso, o Tribunal do Império absolveu o réu. Podendo pregar livremente, partiu para a quarta viagem, levando na bagagem um programa desenvolvido de evangelização.
No mês de julho do ano 64, enquanto visitava as comunidades cristãs do Oriente, em Roma, nas proximidades do Grande Circo, espalhava-se a dor. Um violento incêndio, que durou sete dias, atingiu a região entre o Célio e o Palatino, consumindo vidas e propriedades. Nero, imperador e possível idealizador, encontrava-se na confortável Vila de Antium, ao sul de Óstia, e prometeu auxílio à população revoltada.
Atribuído o incêndio à “Seita dos Nazarenos”, seus seguidores foram perseguidos. Enquanto alguns foram lançados às feras no Coliseu, outros foram transformados em tochas ardentes atados aos postes. Boa parte dos amigos de Paulo foram martirizados.

A morte de Paulo

Enquanto as imagens do pavoroso sinistro ainda permaneciam vivas na memória da população romana, Paulo retornou a Roma, intensificando as pregações de reconforto. Acusado de insuflador e cúmplice dos “cristãos incendiários”, recebeu voz de prisão numa das reuniões das catacumbas, voltando ao cárcere em condições bem mais difíceis, pois o processo pertencia à alçada do Tribunal de César.
Lançado no subterrâneo do Cárcere Mamertino, no Fórum Romano, permaneceu em solidão quase absoluta, sentindo mais do que nunca a deserção de quase todos os seus amigos.
Consumido pelo sofrimento e privações, sentindo a proximidade do fim da árdua missão, redige sua derradeira carta, nomeando Timóteo seu testamenteiro. Seus bens materiais consistiam apenas numa velha capa e alguns manuscritos, mas seus tesouros espirituais eram incalculáveis. Num último apelo, Paulo exortou todos os cristãos a se manterem firmes na fé mesmo em condições adversas, a cumprirem seus deveres e colocarem amor em todos os seus atos.
Levado a julgamento, ouviu sua sentença de morte e, numa manhã da primavera do ano 67, foi conduzido à Óstia Tiberiana (Foz do Rio Tibre). Um golpe certeiro decapitou a cabeça do mais ardoroso entre os discípulos de Cristo, mãos caridosas retiraram o corpo e o sepultaram no local onde hoje se eleva a grandiosa Basílica de São Paulo.
Lá repousa até hoje o invólucro material do espírito considerado como o grande evangelizador dos povos.
Na sucessão dos séculos, mesmo diante das eminentes dificuldades que surgiram no caminho, à medida que seus seguidores foram conhecendo e contemplando a extensão da obra do apóstolo, aprenderam a admirá-lo. Sua obra reflete uma maravilhosa inteligência, uma personalidade marcante e um exuberante potencial de espiritualidade. Seu mandato apostólico teve início na “iluminação” de Damasco e, a partir daí, manteve-se genuíno, tornou-se um incansável batalhador, empenhando-se numa luta sem tréguas para difundir uma nova filosofia que iluminou os cristãos de sua época e de todos os tempos.


Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, Edição 11.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Afirmação

O Céu auxilia sempre
a quem trabalha
mas espera de quem trabalha
o auxílio possível
para todos aqueles
que ainda não descobriram
a felicidade de trabalhar

Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ouvir Estrelas

Ora ( direis )
ouvir estrelas!
Certo, perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouví-las,
muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto

E conversamos toda a noite,
enquanto a Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido tem o que dizem,
quando estão contigo? "

E eu vos direi:
"Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e e de entender estrelas
Olavo Bilac

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Deus Não Desampara

"E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição e não se arrependeu." - (Apocalipse, 2:21)


Se o apocalipse está repleto de símbolos profundos, isso não impede que venhamos a examinar-lhe as expressões, compatíveis com o nosso entendimento, extraindo as lições susceptíveis de nos ampliar o progresso espiritual.

O versículo mencionado proporciona uma ideia da longanimidade do Altíssimo, na consideração das falhas e defecções dos filhos transgressores.

Muita gente insiste pela rigidez e irrevogabilidade das determinações de origem divina, entretanto, compete-nos reconhecer que os corações inclinados a semelhante interpretação, ainda não conseguem analisar a essência sublime do amor que apaga divinas escuras e faz nascer novo dia nos horizontes da alma.

Se entre juízes terrestres existem providências fraternas, qual seja a da liberdade sob condição, seria o tribunal celeste constituído por inteligências mais duras e inflexíveis?

A Casa do Pai é muito mais generosa que qualquer figuração de magnanimidade apresentada, até agora, no mundo, pelo pensamento religioso.

Nos seus celeiros abundantes, há empréstimo e moratórias, concessões de tempo e recursos que a mais vigorosa imaginação humana jamais calculará.

O Altíssimo fornece dádivas a todos, e, na actualidade, é aconselhável medite o homem terreno nos recursos que lhe foram concedidos pelo Céu, para arrependimento, buscando renovar-se nos rumos do bem.

Os prisioneiros da concepção de justiça implacável ignoram os poderosos auxílios do Todo-Poderoso, que se manifestam através de mil modos diferentes; contudo, os que procuram a própria iluminação pelo amor universal sabem que Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber.

(Texto extraído do livro: Pão Nosso, Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O Tesouro

http://photoeverywhere.co.uk/freeimages_inset/china/images/nature_falls3893.jpgA vida é o tesouro mais valioso.

Ocupe-se da sua vida com carinho.Cuide de sua vida com amor.
Não permita que maõs alheias manejem,estraguem ou explorem a sua vida.
Qualquer tesouro precisa de atenção,de cuidado e de segurança.

Repito aqui o provérbio tão conhecido:"Quem ama,cuida".

Antônio Gracia

sábado, 1 de dezembro de 2007

A Morte não existe

"A morte não existe.

Se você perdeu um ente querido, não se desespere: tenha a certeza de que ele não morreu.
Apenas mudou de estado e, mais cedo ou mais tarde, você o irá novamente encontrar.
Não dê a ele, pois, a decepção de querer fugir da luta.
Não pretenda ser superior a Deus: aceite o que Deus determinou em Sua Sabedoria, e será
imensamente feliz."

Carlos Pastorino

A Saudade dos que partiram

Quando perdemos nossos entes queridos e chega a saudade e o sentimento de perda, não podemos fechar nossos olhos para a realidade da imortalidade da alma.
Quantas vezes já não nos encontramos entristecidos nos momentos de saudade?
Quantas vezes já não nos questionamos sobre os desígnios da vida, do constante ir e vir das criaturas?
Como espíritos milenares que, a cada reencarnação, buscam o reajuste necessário para as próprias consciências, deparamo-nos com o ciclo de luz concedido pelo infinito amor de Deus, desprendendo-nos das imperfeições que estacionam o espírito em nossa caminhada evolutiva e angariando conhecimentos que nos auxiliam na ascensão espiritual.
Somos viajores do tempo, aprendizes do sentimento sublime, buscando compreender a importância e a necessidade da pluralidade das existências, descortinando em nossos corações a certeza de que realmente a vida prossegue, de que os laços mantidos pelo amor jamais serão enfraquecidos pela ausência física, mesmo quando nossos olhos não puderem mais enxergar.
No capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, encontramos maiores esclarecimentos sobre o assunto, de forma clara e objetiva:
“Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, eles são fortalecidos e se estreitam. É o princípio oposto que os destrói. Os espíritos formam no espaço grupos ou famílias unidos pela afeição, simpatia e semelhança de inclinações. Esses espíritos se procuram, felizes por estarem juntos. A encarnação não os separa senão momentaneamente, porque, depois de sua entrada na erraticidade, se reencontram como amigos no retorno de uma viagem. Com a reencarnação e o progresso que lhe é conseqüência, todos aqueles que se amaram voltam a se encontrar sobre a Terra e no espaço, gravitando juntos para chegarem a Deus. Os que falham no caminho retardam seu adiantamento e sua felicidade, mas não está perdida toda a esperança. Ajudados, encorajados e sustentados por aqueles que os amam, sairão um dia do lamaçal em que estão mergulhados. Com a reencarnação, enfim, há solidariedade perpétua entre os encarnados e os desencarnados, com o estreitamento dos laços afetivos”.
Como podemos perceber, somos espíritos muito amados, movimentando-nos pela oportunidade da vida corporal e extracorporal para nos fortalecermos, para criarmos em nós maiores probabilidades de sucesso encarnatório perante nossas falhas do passado.
Em sua essência, o espírito almeja conscientemente a realização de seus comprometimentos, que se dão a cada existência, passando naturalmente pelo estudo do ciclo físico e espiritual que o impulsiona ao entendimento do verdadeiro significado da vida, que é a evolução. O ser encarnado traz consigo potencialidades para o cumprimento de suas tarefas em um tempo estimado, a fim de que tenha condições de desenvolvê-las da melhor forma possível. É através de todo um processo elucidativo adquirido na espiritualidade que se constitui sua preparação para o retorno ao veículo físico.

Somos uma eterna família

Quantas vezes já não vivenciamos quadros onde as lágrimas visitam o nosso coração?
A saudade existe tanto naquele que parte como na criatura que fica. São sentimentos fortalecidos no decorrer dos tempos, em vidas passadas, mas que, desequilibrados pelo excesso, prejudicam o desenvolvimento e entendimento do verdadeiro significado da vida que impulsiona o ser à sua ascensão espiritual,quando mergulhamos nestes momentos de tristeza pela separação temporária de alguém muito estimado, envolvemos esse ser nestas mesmas dores, através da sintonia do pensamento. Desta forma, causamos naquele que parte um sofrimento ainda maior do que o nosso, estacionando-o nas lágrimas e, às vezes, na revolta que ainda sentimos por termos aparentemente perdido o ente querido para a morte.
Agimos sobre esta criatura de uma maneira constante, entristecendo seu coração e confundindo seus pensamentos sobre o próprio progresso. Ao enviarmos sentimentos de tristeza, estamos longe de auxiliar aquele que retornou ao plano espiritual, pois desequilibramos sua mente para o decorrer do aprendizado na espiritualidade, necessário à próxima encarnação por ser uma nova conquista que irá refletir toda a sua sublimação de sentimentos e pensamentos, conduzindo este ser criado por Deus aos céus de suas próprias emoções.
Portanto, que possamos conscientizar nossas mentes de que somos espíritos milenares e que sempre estaremos juntos, unidos pelo sentimento e pensamento, ligados fraternalmente pelo Pai a uma eterna família. Busquemos serenar nossos corações, sentindo toda a luz, a paz e o amor de Jesus a auxiliarem nossa compreensão e aceitação da importância da reencarnação e dos mecanismos da evolução, que nutrem o espírito com a paz interior tão almejada por todos.

Artigo publicado na edição 16 da Revista Cristã de Espiritismo.