Quando o médium começa "receber” espíritos respeitáveis em quaisquer lugar, a qualquer hora, sem nenhuma justificativa, está auto-fascinado, por si mesmo, pela sua mediunidade e sob o comando de entidades que o querem levar ao ridículo.
Seria o mesmo que eu agora entrar em transe e receber um espírito. Para que esse exibicionismo desnecessário?
Os espíritos bons têm as suas ocupações e não podem estar como capatazes, ao nosso lado governando os servidores. Daí a fascinação é perigosa porque o médium fascinado não se dá conta.
Tudo que ele faz é melhor do que os outros poderiam fazer... é diferente dos outros... é superior... Se toca em algum lugar aquele lugar reluz... Então a fascinação é um grande escolho à mediunidade.
Quando encontrarmos a pessoa nessa fase é um ato de caridade dizer-lhe que volte a ler o capítulo 23 de "O Livro dos Médiuns". Dizer-lhe que é uma coisa natural que todos nós passamos, basta que mudemos de humor para que atraiamos espíritos equivalentes.
Eu me recordo que havia psicografado e publicado o livro “Messe de Amor”. Este livro foi traduzido ao Espanhol em 1965 por Juan Durant. E ele me mandou o livro pedindo que Joanna de Ângelis desse o prefácio. Eu então pedi a ela em uma das nossas reuniões mediúnicas. Nessa mesma reunião em desdobramento, e ao lado dos espíritos, acompanhando a reunião, ela disse-me que não iria escrever o prefácio e que tinha convidado o nobre espírito Amália Domingos Soller para que ela prefaciasse a obra. Convidou-me então a recebê-la à porta. Chegando lá, observei que uma claridade oscilante aproximava-se, como se alguém viesse carregando uma lanterna, que a luz avançava e retrocedia. Então subitamente apareceu-me um espírito de uma beleza incomum. Trajava-se à espanhola do século dezessete. Aproximou-se e nesse momento, Joanna disse-lhe: - "Veneranda amiga, gostaria de lhe apresentar o médium através do qual a senhora vai escrever". Ela estendeu-me a mão e eu curvei-me para beijá-la. Entramos os três e vi que ela dobrou-se sobre o meu corpo, tomou-me o braço e começou a escrever. Do meu braço saiam fluidos luminíferos e a medida que ela escrevia, o papel ficava com miríades de pequeninas estrelas,a ponta do lápis parecia portadora de energia estranha, que não obstante escrever com um lápis Faber número 1, a letra era prateada. Ao terminar, despediu-se e fomos levá-la até a porta. Terminada a reunião, voltei ao normal e fui ler a mensagem. Ela escreveu em espanhol. Fiquei tão comovido naquela noite que voltei-me para Joanna e disse-lhe: - Eu já posso "receber" Amália Domingos Soller!? Ela então respondeu-me: - "Não pode não senhor! Ela veio por misericórdia... Portanto não aguarde uma volta tão cedo!
Por enquanto você vai ficar mesmo é com os sofredores do seu tipo para baixo, o que já é uma grande coisa. Já é merecimento sintonizar com eles...".Assim Joana tirou a minha presunção antes de começar. Ela cortou logo. Toda vez que uma entidade generosa vinha e vem escrever, Joana pede-me que fale com naturalidade sobre a identidade do espírito, sem alarde. Que os outros se espantem, mas eu não. Mas às vezes eu sou muito emocional e quando vejo quem é o espírito escrevendo, fico louco que ele acabe só para dizer o nome. Eles então põem um pseudônimo (nome falso) tirando toda minha galanteria.”
Atendimento fraterno e a subjugação
"A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.” (Allan Kardec, "O Livro dos Médiuns", capítulo 23, item 240).
Dentro das leis cármicas a subjugação não é expiatória (o indivíduo ter que passar pelo problema), exceto quando danifica a aparelhagem nervosa do sistema central do indivíduo. Mas se a pessoa está subjugada, o espírito subjugador pode ser orientado nas sessões especializadas, e arrependendo-se, liberta aquele que aflige e o indivíduo se recupera. Allan Kardec conta um exemplo no capítulo 23 de "O Livro dos Médiuns", onde um rapaz, toda vez que via uma moça bonita, caia de joelhos e fazia-lhes declarações de amor... Era um caso curioso de obsessão física. Eu observo em algumas das nossas reuniões, que os amigos que trabalham no atendimento fraterno - o atendimento fraterno, instituído nas casas espíritas. Esclarecido e estimulado pelo grupo que faz o Projeto Manoel Philomeno de Miranda, da cidade do Salvador, Bahia, tem como finalidade atender aqueles que se encontram problematizados e que buscam a orientação da Doutrina Espírita.
É uma equipe composta de companheiros conhecedores do Espiritismo e com experiência na área do comportamento humano - que durante a semana estiveram em contato com os sofredores, obsessos, doentes, acabam levando essas entidades para o trabalho mediúnico, providencia esta tomada pelos benfeitores espirituais. Algumas dessas entidades comunicam-se e são doutrinados. Quando eles desistem da perseguição e são conduzidos a uma estância superior, o paciente, onde estiver, fica bem, melhora, ainda mesmo em situação de subjugação.
Pessoas que me dão nomes e nós levamos para o trabalho mediúnico. Lá se apresentam os seus obsessores e são esclarecidos e as suas vítimas logo melhoram. Só que eles não vêm dizer que melhoraram. Elas virão depois quando acontecer outra vez.
Daí a subjugação pode ser eliminada.“
Escrito por - Divaldo P. Franco
Revista Cristã de Espiritismo
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
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